domingo, 14 de setembro de 2014

A educação não é uma prioridade para a sociedade.

A sociedade brasileira vem terceirizando, histórico-culturalmente, seus eventuais fracassos e suas responsabilidades, atribuindo-os ao Estado, ao sistema político-econômico, ao diretor e ao professor da escola, ao síndico do prédio ou ao destino, isentando-se da obrigação de pensar e agir, da urgência em mudar seus hábitos e valores e de transformar a si e ao seu mundo, negando-se a assumir definitivamente seu papel diante das necessidades contemporâneas, em especial no que diz respeito ao ensino público de educação básica. No caso dos gestores públicos, infelizmente, a educação de qualidade ainda parece longe de fazer parte de suas prioridades, ficando à mercê de um sem-número de problemas, tais como descontinuidade das iniciativas educacionais, a superlotação das salas de aula, a deficiência na formação do professor, o descaso com a saúde do aluno e a do professor.
Na última eleição presidencial brasileira, como um indício do despertar em direção à construção do movimento pela educação pública de qualidade – embora esse seja um sinal ainda mais simbólico do que prático –, um dos candidatos pautou a Educação como o principal pilar de seu programa de governo, propondo, por meio desta, uma revolução no País. Isso desencadeou um efeito cascata: todos os outros candidatos passaram a inserir a questão educacional em seus discursos. Estamos as vésperas de uma nova eleição e a educação continua do mesmo jeito. O candidato eleito não fez uma revolução nem tão pouco priorizou a educação. A histórica falta de prioridade com o ensino público básico e a sua ausência nos planos diretores e propostas do Estado, até por não fazer parte das prioridades da própria sociedade, está refletida, por consequência, em prejuízos na concepção e implementação de políticas públicas eficientes que tragam verdadeiramente resultados substanciais à melhoria da qualidade da escola pública de ensino básico.
Temos então, o seguinte dilema: a sociedade não tem uma educação pública de qualidade porque esta não é prioridade do poder público. Por outro lado, o poder público não a prioriza porque isso não constitui uma demanda da sociedade e, portanto, não desperta o interesse político.
Faz-se então necessária uma grande reestruturação qualitativa da educação pública brasileira de ensino básico, considerando os inúmeros desafios e envolvendo de forma participativa e cooperativa todos os atores da sociedade. Para legitimar qualquer diálogo e iniciativa no campo da educação, é preciso o envolvimento verdadeiro dos autênticos protagonistas da práxis educativa – os professores –, partindo dos seus sonhos, suas angústias, sugestões e experiências, acumulados ao longo dos anos de magistério, além das passagens por escolas diversas e as inúmeras mudanças de gestores públicos. a educação não é uma prioridade para a sociedade. Precisamos começar a pensar e agir. Precisamos mudar nossos hábitos, precisamos principalmente aprender a votar. Precisamos priorizar a educação. 


sábado, 17 de maio de 2014

Educação no Brasil


Por que a educação no Brasil não melhora? Ao contrário do que parece essa não é uma pergunta sem resposta. Muitos realizam pesquisas sobre a educação. Procuram os “porquês” de sua condição atual e no final de tudo chegam aos mesmos resultados. A maioria dessas pesquisas só serve para fins exclusivos de quem as faz, e quase nunca se busca a solução dos problemas que ai estão. Saber o que impede a melhoria da educação em nosso país não tem resolvido, precisamos é de alguém que transforme esses “porquês” em uma solução.
A maioria de nossos alunos se sente desmotivados em relação aos conteúdos apresentados. Não conseguem relacionar o conhecimento visto em sala de aula com o que é usado no cotidiano, fazendo com que o mesmo se torne algo morto e sem sentido para ele.
Se o problema acima citado existe, também existe o fato que muitos professores não usam uma metodologia adequada para atrair a atenção do aluno sobre a importância daquilo que estão vendo em sala de aula. Participação dos pais. Como falar de participação familiar sobre a educação de um filho se em muitos casos a família não existe. Para muitos alunos família é algo teórico igual a muito conteúdo passado em sala de aula e não condizente com a realidade.Percebemos que a participação dos pais na aprendizagem dos seus filhos está diretamente ligada ao grau de ensino que esses mesmos  possuem. Assim sendo como ficamos quando sabemos que somente uma pequena porcentagem desses pais possui curso superior?
Sabemos que pouco se é feito por parte do governo para a melhoria da educação, mesmo sendo esse um dos temas que percorrem todos os palanques eleitorais. Professores sobrecarregados. Baixos salários pagos. Não existe uma igualdade de salários entre os estados da federação. Não há um incentivo eficiente nas estruturas das nossas escolas. Quase não encontramos projetos que promovam a interação entre os alunos, professores, comunidade com o mesmo governo. A educação parece só ter uma utilidade para o governo: Ser utilizada em promessas de campanha.
Participação! Nos parece que a cada tópico apresentado existe um culpado oculto que não é aquele citado. E é por isso que as coisas nunca melhoram. E nesse jogo, as coisas se encaminham sempre ao contrário do rumo de uma melhoria. O que há são insatisfações. Mas alguém que realmente tenha a coragem de tentar uma mudança raramente aparece, e quando aparece é taxado de utópico.
Ao final dessas considerações e de novamente apresentar alguns dos “porquês” a educação no Brasil não melhora, caímos na questão da “nossa” participação. Ao concluir essas linhas nos perguntamos: Vamos cruzar os braços e dizer “o problema não é nosso” ou vamos de fato “participar”?
 




sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Qualidade social da educação


Pensar a qualidade social da educação implica assegurar um processo pedagógico pautado pela eficiência, eficácia e efetividade social, de modo a contribuir com a melhoria da aprendizagem dos educandos, em articulação com a melhoria das condições  de vida e da formação da população. A busca por melhorias da qualidade da educação exige medidas não só no campo do ingresso e da permanência, mas requer ações que possam reverter à situação de baixa qualidade da aprendizagem na educação básica, o que pressupõe, por um lado, identificar os condicionantes da politica de gestão e , por outro lado , refletir  sobre a construção de estratégias de mudanças do quadro atual. O conceito de qualidade nessa perspectiva, não pode ser reduzido a rendimento escolar, nem tomado como referencia para o estabelecimento de mero ranking entre as instituições de ensino.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

As concepções dos Conselheiros


As concepções criadas pelos Conselheiros em relação ao Conselho Escolar, alguns segmentos desconhecem o seu papel dentro do espaço da escola e outros, embora reconheçam a sua importância, não apresentam sinais de que desejem contribuir com o estabelecimento de uma nova cultura na escola, baseada na socialização de decisões e informações. Em grande parte, principalmente no segmento dos professores, as questões objetivas de vida, como a questão da remuneração e dos planejamentos das aulas são mais debatidas do que a possibilidade de tornar o Conselho um interlocutor entre a escola e a comunidade e como mediador das relações dentro do próprio espaço escolar. Na prática, o Conselho Escolar não é vislumbrado como instância de participação, cidadania e democracia. As próprias lideranças presentes no Conselho Escolar não são representativas, uma vez que em sua grande maioria não foram escolhidas por seus pares e sim apontados por outros segmentos, como no caso dos representantes dos alunos, ou simplesmente indicados pela direção da escola. A ausência da representação da comunidade provoca uma lacuna na construção de uma prática democrática, notadamente pela não realização de parcerias entre esta e a escola, implicando na perda de contribuição deste segmento e no intercâmbio de experiências que poderiam ser criados entre escola e comunidade. Embora o Conselho Escolar não seja o único espaço que possa contribuir com a participação da comunidade, ele poderá ser um grande aliado na construção coletiva, na busca de soluções conjuntas. Apesar de todos os problemas  vivenciados, acredito que o terreno é fértil de possibilidades para o Conselho Escolar. Este se constitui, de fato, como um instrumento de socialização e debate de ideias, tendo como eixo central o compartilhamento de decisões com a comunidade escolar. Porém, isso só poderá ocorrer quando no espaço escolar for construída uma nova cultura baseada no exercício da democracia, do diálogo e da participação, tendo como eixo central o resgate da cidadania dos segmentos excluídos dos processos decisórios. Esse entendimento, porém, só será construído na medida em que todos os segmentos escolares compreenderem seu papel de participantes de uma ação coletiva na busca de forjar espaços de participação, compartilhamento e descentralização de ações na escola. Notadamente não é uma tarefa das mais fáceis, mas é indispensável na construção de novas formas de vivenciar o cotidiano escolar.

Gestão democratica da Educação

Leonardo Boff afirma que “o que concerne a todos deve ser decidido por todos” . A gestão democrática dos sistemas de ensino e das esco...